Uma empresa pode ter milhões de recursos, inclusive financeiros. Se não ouvir o cliente, ela desmorona.
Dia desses conversei com o gestor de uma instituição financeira e falamos sobre restaurantes. Ele me disse que na esquina da casa dele havia dois lugares que vendem espetinhos: um todo instagramável, com mesas e cadeiras novas, música ao vivo e carnes nobres. O outro, com aquelas churrasqueiras de metal, pintura por fazer e nem sequer uma placa bonita.
- "Adivinha qual vive lotado?" ele me perguntou. Não tive dúvidas que o mais escolhido é o espetinho "do seu Zé", como carinhosamente apelidamos o restaurante de estética duvidosa.
Nos últimos anos, se tem uma coisa que eu aprendi e reforcei nas empresas que trabalhei foi que primeiro precisamos ser bons, pra depois inventarmos a roda. Trabalhei em uma empresa com uma excelente imagem no mercado, o que demandava o mais extremo cuidado em cada passo que era dado. Não dava pra falhar. Ética era inegociável. As demandas dos clientes eram ouvidas, demorava pra colocar em prática, mas no final a empresa entregava o que o cliente queria ALÉM do "algo a mais" que ela queria oferecer.
Já em outra experiência, a ética era negociável. Não importavam as condições e riscos, o importante era fazer negócio. Não importava o que o cliente queria, o importante era consumir o que nós oferecíamos. Um contraste bem grande, né!? Mas nesse caso, o próprio mercado dá um jeito de jogar pra escanteio (sejam clientes ou concorrentes).
No final do dia, eu sou só o cliente do "seu Zé": quero me alimentar. Um ambiente tranquilo, esteticamente agradável e bem estruturado é um complemento MUITO bem vindo, desde que o prato principal seja o meu bom e velho "espetinho da esquina".
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